Em 24 de outubro de 1932, na Vila Afonso Bezerra, no seio de
uma tradicional família, nasceu Gildecina Henriques Bezerra, filha de Gildenor
Monteiro Alves Bezerra e de Gercina Henriques Bezerra, sobrinha portanto do
ilustre e saudoso Afonso Ligório Bezerra, patrono do município.
A menina Gildecina que desde cedo já demonstrava ser muito
inteligente, característica que deveria marcar sua existência, iniciou sua vida
estudantil na única escola daquela comunidade cuja denominação era Escolas
Reunidas Cadete José Avelino; atualmente, Escola Estadual José Avelino.
Era grande a sede do saber e o ensino da vila já não
correspondia a sua necessidade. Assim sendo, com 11 anos de idade, seguiu para
a capital do estado, cheia de expectativas, submetendo-se com êxito ao exame de
admissão no Colégio da Imaculada Conceição. No mesmo ano perdeu a mãe cujo fato
muito a abalou e, ao mesmo tempo, encorajou-a a dar continuidade ao seu projeto
de vida. Foram quatro anos de internato, de revelações, destacando-se sempre as
suas boas faculdades morais e intelectuais.
Como era forte a sua tendência religiosa, seguiu para o
Convento das Doroteias, em Gravatá – Pernambuco, onde iniciou o Curso Normal
(Curso Magistério), não chegando a concluí-lo por motivo de doença, fato que a fez
regressar ao Rio Grande do Norte.
Recuperada a sua saúde, matriculou-se no Curso de
Contabilidade da Escola “ 7 de setembro”. Após a conclusão deste, preparou-se
em 15 dias para o vestibular e assim conquistou uma vaga na Faculdade de
Filosofia que funcionava no atual prédio da Fundação José Augusto. Na mesma
época, ingressou no campo profissional, assumindo a função de secretária na
Escola Normal. Depois, submeteu-se ao concurso para secretária do Tribunal de
Justiça, obtendo excelente aprovação, onde exerceu a referida função por vários
anos.
Herdando do seu tio Afonso Bezerra o dom da oratória, recebia
constantemente convites para abrir solenidades, para fazer saudações e para
enriquecer atividades culturais. Gostava de expressar seus nobres sentimentos
através da poesia. Foi assim que escreveu o poema “Mãe Morta” com o qual
concorreu à nível estadual sendo a vencedora.
Em 1963, através de concurso, conseguiu uma bolsa de estudos
para Brasília, para onde partiu entusiasmada, buscando novos horizontes. Fez o
Curso de Especialização em Letras e através de concurso tornou-se professora da
universidade da capital federal.
No auge do patamar da sua vida profissional, aos 34 anos de
idade, foi vítima da ironia do destino, apagando-se assim seus sonhos, suas
ambições.
Em 1966, numa viagem de férias a São Paulo, faleceu de forma
trágica em acidente de automóvel, na cidade de Anápolis – Goiás, sendo
sepultada em Brasília.
Em 1969, num gesto de reconhecimento a sua inteligência e o
amor a sua terra, a comunidade Afonsobezerrense criou o primeiro ginásio dando
o seu nome. Tornou a ser homenageada em 1983, quando foi criada a primeira
escola de 2º Grau que recebeu o nome de Escola Cenecista Profª Gildecina
Bezerra – Ens. De 1º e 2º Graus; hoje, Escola Estadual Profª Gildecina Bezerra.
Por tratar-se de uma pessoa bem conceituada no campo
cultural, ao ser criada a Biblioteca Pública Municipal, tornou-se meritória a
designação do seu nome como patronesse da instituição.
E hoje, este nome resplandece no âmbito sócio-educacional e
cultural deste município pela magnitude intelectual e cultural que foi esta
celebridade que tão cedo foi arrancada deste convívio material, deixando-nos as
marcas de bons princípios, relevantes valores e grande exemplo de dinamismo e
vivacidade, pois o seu lema era: “NÃO VOU FRACASSAR, EU HEI DE VENCER”.
Afonso Bezerra(RN), 24 de outubro de 2011.
Profª: MARIA ALDENORA BEZERRA E BEZERRA
AUTORA
FONTE – FLOR DO SERTÃO
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